31 março 2009

Amor em Pasárgada

Num dia brando de sol
No brilho branco de um farol
Na hora de o sol nascer
A esperança faz-se renascer
No dia de nuvens pálidas
Somos (novamente) almas cálidas.

Um novo dia passa a existir
De olhos brilhantes, um só sorrir
A paixão renova-se, floresce
Ratificando um amor, que permanece
Nas cores lúcidas de um arco-íris
Expondo a alma nua em uma íris
Num abraço provisoriamente vago
Por um momento: eternidade em afago...

A aquarela está em vida presente
Contradizendo a dor, logo ausente.
Onde antes habitava a tristeza
Invadiu-se de flutuante leveza
Consorte de singular afinidade
Já sou – imediata – saudade
Da minha querida e amada Fortaleza.

30 março 2009

Sau(da)de

Sou sempre saúde
Saudade de ser
Sua.

Sou saudade sempre
Sua saúde
Em ser.

Sua saudade sou
Sempre sendo
Sua saúde.

Sempre saudade sadia
Sendo só sua
Silvia.

27 março 2009

Despedida

A partida
Faz-se
Em parte
Da ida

Ainda aqui
Já fui
Logo após
Aqui estou

Dividida
Em dois tempos:
Em vinda
Em ida.

A realidade
Transitória
Só desfaz
E refaz
Um pensamento:
Sou capaz!

26 março 2009

Expiração

Num pretérito
Perto
Sentia-me preenchida
De reciprocidade
Que hoje decompõe-se
Em partida
Despedida
Num dia.

Foi-se, assim
Inspiração
E palavras
Todas em vão
Ficaram soltas
Em pensamento
Em coração

Restou-me ser
Melancolia e tristeza
Por ser personagem
Em páginas em branco
De um enredo
Que nunca começou.

25 março 2009

Na (in)certeza da vontade

Hoje sou
O que me acho ser
Na infinita espera
De quem possa ver
O que na verdade
Quero.

Sou o vento
No tempo

Sou o norte
Sem Forte

Sou paixão
Na solidão

Sou também sonho
De alguém
Contida numa vontade
Que (ainda) não acabou.

23 março 2009

Do movimento (no tempo)

Movimentar-se
Em qualquer direção
Já é algo
Indicação
De uma efetiva
Mudança.

A razão traumatiza
O que o coração
transcende
E ascende
Uma meia mentira

Sou um quase futuro
De uma dúvida presente
Num desespero de mente
Batendo contra o muro
Que pode ser chamado
Simplesmente de passado.

São caminhos e direções
Rastros e corações
Amores e confusões
Inércias e ascensões

Dos quais o medo
Faz-me refém
Mostrando-me aquém
Duma realidade
No qual, em outrora,
Era mestra
Conduzindo as lições
Com veemência...

O que serei agora?

21 março 2009

Do que quero

Não quero ser
Senão
Sua.

Ainda quero
Sentir-me
Mente

Ser algo além
Que corpo
São

Sou mais
Ainda que
Imagina ser

Mas quero ser
Amor e
Poesia

Música e dança
Verso e prosa
Sonho numa realidade

Fática
Quero você
comigo.

18 março 2009

O que há?

Há uma chama

Um verso

Um sentimento


Há um vazio

Concreto

No momento


Há um alguém

Incompleto

Em pensamento


Na verdade há
Tão-somente
Um sonho
No qual
Hemos de ser.

17 março 2009

Extasiada

Paro
Diante de mim
Do tempo
Paro, no tempo

Em pensamento
Num movimento
Único.

Numa resta de sonho
De minutos que
Outrora marcou.
Restando só
O vazio da solidão.

Numa chama
Que caprichosamente
Teima
Em não apagar.

16 março 2009

Inspiração

Pelos olhos negros que me vê
Enxergo a sombra da beleza nata
Na escuridão da noite, que cala
Minh´alma está entregue. P'ra você

Sou pura, encarnada de volúpia
Rubra de amor e de paixão
Ao seu toque, sou imensidão
Derramo a sangue, cheia como a lua.

São segundos de ardor e gemido
Vivendo uma - quase - meia verdade
De um coração abalado, doído.

Espero-te, assim, como me espero
Num transe entre o sonho e a realidade
Como o sofrer, num toque de bolero.

15 março 2009

Selo




Recebi o selo da Glória, onde devo prestar algumas informações. Vamos lá:

Ao receber o selo, citar 7 coisas que te fazem sorrir:
1) Uma noite de luar;
2) Uma companhia agradável;
3) Escrever;
4) Olhos brilhando;
4) Um bom papo;
5) Conquistar um desafio;
6) Sentir-me amada;
7) Amar.

Indicar 7 blogs que fazem você sorrir. Nesse caso, não indicvarei 7, mas sim os que admiro e acompanho:

1) Linhas ao Vento (retribuindo!)
2) Fuga do Intelecto
3) Rango na Madrugada
4) Compulsão Diária

13 março 2009

Quem cala por mim?

Numa tarde, tarde
Cheia de nuvens cheias
De tantas formas
Adornam meu eu.

Durmo acordada
Acordando do sonho
Que anseio por jamais acordar.

Num quase desespero
Sou um destempero
Quando preciso
De mim em mim.

Falando, ouço.
Sentidos aguçados
E direcionados
Sem eco.

E só,
Vejo.

São muitos que nada são.
É nada que vale muito.
É tudo que nada quero.
É um quase nada de mim.
Não sou eu.

Sou mais uma,
Sendo sua única.

Sou assim

Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.
(Martha Medeiros)

06 março 2009

5 do 3 às 5:33. Dia 6.


Ímpar são os números.
Primeiros.

Ímpar são os únicos.
Momentos.

Ímpar são muitos.
E sós.

Seis são os dias
De um único sonho:
Viver em par.

04 março 2009

Inefável

"E o viajante apenas inclina a cabeça nas mãos, na sua janela, para entender dentro de si o que é sonho e o que é verdade. E todos os dias são dias novos e antigos, e todas as ruas são de hoje e da eternidade: e o viajante imóvel é uma pessoa sem data e sem nome, na qual repercutem todos os nomes e datas que clamam por amor, compreensão, ressurreição." [Rango na Madrugada]

Você já me conhece agora...

02 março 2009

Antes do amanhecer

"Ilusões a luz do dia
Cílios e limusines
Faça seu rostinho lindo
Derramar uma lagrima em meu vinho

Olhe em meus olhos
Veja o quanto você significa pra mim
Docinhos e milk-shakes
Sou o anjo das ilusões
Sou o desfile de fantasias

Conheça meus pensamentos
Não mais os adivinhe
Você não sabe de onde eu vim
Não sabemos para onde vamos
Estamos juntos na vida
Como dois galhos no rio
Sendo levados pela correnteza

Eu te carrego
Você me carrega
Nossa vida pode ser assim
Você não me conhece?
Você já não me conhece agora?"

01 março 2009

Dia ruim

No mundo, o mundo desmancha-se em águas e trovoadas. Um daqueles que ninguém quer ficar, senão, debaixo das suas cobertas. E logo o temporal avança, seguindo-se de tempestades e maremotos. Quase um furacão indomável que chegou, assim, de repente. Protegida do fenômeno, assisto tudo através de uma fina película de vidro. Vejo... Contemplo... E a cada relampejar, assusto-me pela intensidade com que chega o som, a luz, as gotas. É tudo tão forte, arrebatador. Tenho medo. E segue o dia. E dias iguais. Assim. E tão de repente quanto a chegada da tempestade, o vidro se desfaz. Violentamente, as gotas de chuva vão entrando e umedecendo meu rosto, meu corpo. Os raios iluminam meus olhos fechados, meu corpo esguio, meus braços abertos que sente cada gota entrando e purificando minh’alma. Regando e esquentando meu sangue, fazendo-me forte, fazendo-me rija. Agora, já não trata-se de um dia ruim... As águas que caem do céu dançam sobre minha pele quente, e evaporam com o calor gerado pelo meu corpo que agora, transpira. Em rodopios, de mente e corpo, meu coração bate acelerado pela esperança renovada. O sangue corre quente e não quero parar. Desejo profundo de ser nova, do recomeço. A natureza e sua sabedoria, transforma e ilumina com seus raios. Já não sou quem eu era, sou um dia bom, ainda que o dia esteja ruim.