20 junho 2007

A Voz Do Silêncio

Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica
aí parado me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha
com uma britadeira na rua,
o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem.
(Martha Medeiros)


O silêncio pode ser muito mais cruel do que a certeza do não existente. Ou da existência, de fato, do conflito em si. Fale-me todo o necessário, mas nunca deixe-me no vazio da palavra não dita. Essa, machuca ainda mais.

Apesar da ansiedade corroer minha sensatez, mas entendo. A racionalidade me é necessariamente obrigatória. Agora. O justo não me pode ser injusto quando a honestidade sobrepôs a facilidade da intransparência.

Obrigada. Acalentar-me-ei com a doce lembrança do "você é tudo que eu preciso para ser feliz". Ainda que não seja.

15 junho 2007

Preço.

Essa minha mania de escrever tem um preço. Preço de expor-me para pessoas que, na verdade, não deveriam saber o que se passa em mim, dentro de mim... mas... por que não?

Palavras são documentos, o que se escreve, escrito ficará e não há nenhuma borracha que possa apagar da lembrança de quem leu. As palavras doem. As palavras alegram.

Pego-me as vezes, por CERTAS ocasiões, deparando-me com a idéia de, novamente, deixar de escrever, desistir do blog. Mas em uma fração de segundo penso: mas por que faria isso?

Afinal, só entra aqui o que quero falar, dizer, transmitir e mesmo, dicretamente, quase inexistente o meu cantinho aqui, como qualquer outro exposto na net, é encontrado. Mas o que há de tão interessante por aqui a não ser para alguém interessado?

Diante disso, resolvo apenas não apagar. O preço de me "expor" é consciente, o risco existe. E só. Acredito-me com isso, que qualifico-me como franca, não tendo muita coisa a esconder, nem ao menos a minha CARA quando quero falar algo. E esse preço eu pago.

Agora, como tenho alguns - ÚNICO - fã que depois da magnifica descoberta não deixará mais de entrar aqui, tenho recado: VC poderá vir aqui o quanto quiser, não deixarei de escrever o que quero e nem deixarei de MOSTRAR o que e QUEM sou, o preço que pago, talvez, seja muito menor do que o SEU, ao deparar-se com tanto.


"A vida por fora de nós é um reflexo daquilo que somos por dentro"


Pense nisso e viva mais. A vida está cheia de boas surpresas pra quem as quer enxergar!

=)

13 junho 2007

O certo pelo absolutamente não-certo?

O que acontece quando a roda-viva bate em sua porta? Em seu coração?
Somatizando os acontecementos, há verdadeiramente um mundo inesperadamente gostoso de se viver. Quando achava-me vacinada e controlada diante dos "não-tão-seguros" passos a se dar, vejo-me perdida, voando naquilo que nem sei.

Surgindo, de um nada para canto nenhum... Ou para um destino tranbordante de felicidade. O encanto era visível e recíproco. Encanto, doçura, desejo e eterna admiração. Mas a todo custo, sem toque algum. Ainda sim, assumindo o que sentia, já sentia.

Rasgava-me por dentro por uma gota de coragem para fazer o que queria, mas que não devia. Contentamento foi só o que me restou.

Longas conversas de tudo e sobre tudo abriram meus olhos e meu coração. Como? Nem sei. Tentei resistir (e tento ainda!) mas está ficando insuportável a sensação de não poder dizer que estou apaixonada por vc!

Mas... há sempre um "mas"... De 'más' notícias... 'más' sensações. "E lá vem, lá vem, lá vem de novo... acho que estou gostando de alguém..."

Quero beber isso. Quero sentir no peito, no corpo e na alma que não o faço como monólogo e sim, como diálogo. Esses... eternos... infinitos... infindáveis...