17 janeiro 2010

Devaneio

O amor é vão, se perde no tempo.
É lembrança, é lágrima escorrendo.
É saudade do não vivido.
É a dor do não correspondido.
É o passado que teima em voltar.
É a esperança do novo amor chegar.

Quando me perco, meu avesso é emoção.
São memórias, agora, restritas ao coração.
Daquela lembrança que palpita
Ou daquela outra preferida.

Mas de todas, quero apenas fugir
Apagar, esquecer, abolir.
Correr tão longe, correr agora
Não deixar meu coração que chora
Ser alcançado por essas lembranças.
Parando, apenas, quando da esperança
De outro amor receber ou dar.
Esse é meu jeito de amar.

16 janeiro 2010

Colheita

Tanta coisa a dizer
engasgo, entretanto.
Manifestação, em pranto
Do que fui, do que sou.
Já que não consigo, adianto:
colho o que planto.