31 agosto 2010

Um dia de cada vez

Quem vai
nunca quer ir
só pensa em voltar.
(em junto estar!)

Mas voltar
é andar pra trás
é retroceder
é perder
é doer
é ser.

(E quando seremos?)

Seguimos...
sem certezas
sem belezas
sem tristezas.

Só seguimos...
sem passado
sem futuro
entorpecidos...

Só seguimos
E fugimos
de nós mesmos.

25 agosto 2010

(a)certeza

No meu sonho
Eu sou só.
Sou eu e o vento
E tento
Não amar.

Se sou mar
Sou céu, sou ar...
Sou livre!

-Mas continuo presa
dentro de mim mesma.

Dentro do sonho
de só estar.
Junto estando
sigo amando
sem poder amar .

(18/08/10)

17 agosto 2010

Um trecho de mim

(...) Mais dias se passam e o contato, diminui. Não sei se foi fugidio ou não sei se há uma intenção de fuga, sei que tudo ficou registrado em meu coração insaciado desta paixão de palavras e gestos. Talvez o medo de que tudo se acabe, com o tempo, com o vento. Talvez seremos os personagens do filme, sem algum final, cabendo a nós escrevê-lo à nosso gosto. Ou, por fim, tudo não passe meramente de um excesso transcrito daquilo que sempre sonhei em viver já que nessa vida, não podemos acrescentar dias, mas podemos acrescentar vida aos nossos dias. Agora, sei apenas que, concordando com a música, “alguma coisa a gente tem que amar, mas o que? Eu não sei mais...”.

10 agosto 2010

Tragédia anunciada

Talvez, um dia de mistério
Guie-me, inerte, ao destino cálido
Sou musa errante, enredo de adultério
Tornando rubro, meu rosto sempre pálido.

São seus lábios doces, delicados
De murmúrios que ninguém entende
É o bolero que canta a vida de pecados
-Ó lástima vida de serpente!

A lua de tão sozinha lamenta
Outra arte que o amor inventa:
“Acalentos de um drama encenado”

(10/08/10)

Utopia é o amor como um norte
Pois já sei: em seqüência vem a morte
E a ninguém interessa mais um passado!